quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

29 anos de luto - mas nunca de esquecimento.

Há 29 anos partiu desta para uma melhor a maior cantora que o Brasil já teve. Há 29 anos, o talento, a graça e a voz imponente de Elis Regina embarcaram junto a seu corpo na eterna viagem. A cantora foi encontrada, no dia 19 de janeiro de 1982 desacordada em seu apartamento, em São Paulo. Rapidamente, foi levada ao hospital, onde não resistiu e morreu. Constatou-se que a causa de sua morte foi a ingestão demasiada de cocaína e bebidas alcoólicas.
Pimentinha, como era chamada Elis, só morreu em corpo. Sua voz marcante e sua alma alegre e dispersa continuam vivas nos ouvidos e corações de milhares de brasileiros. Quem não se lembra da interpretação belíssima que Elis fez para o programa "Fantástico" da música "Como nossos pais"? Acredito que, assim como eu, muitos se arrepiam ao assisti-la. Ou então da gravação de "Águas de março" com o também eterno Tom Jobim? Deslumbrante!
Elis Regina marcou o Brasil com sua irreverência. Sua eloquente voz era capaz de transformar. Não só a música, mas também aquele que a escutava. E é por isso que, mesmo após 29 anos de sua morte, pessoas como eu, que não acompanharam a carreira de Elis pela pouca idade, tem como exemplo de cantora da MPB, a Pimentinha. Se um dia eu pudesse falar alguma coisa a ela, eu diria apenas "obrigado". Obrigado por me proporcionar momentos de felicidade, de prazer, de emoções a partir da sua voz.

Para quem também adora a nossa eterna Pimentinha, assista a essa outra belíssima interpretação:
http://www.youtube.com/watch?v=RmBtW3XFGWU

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

I am Sam - Uma lição de amor.


Para todos aqueles que gostam de um bom filme, é impossível deixar de assistir a "I am Sam" (Uma lição de amor). Com atuação premiada com o Oscar de Melhor Ator, Sean Penn vive o papel de Sam, um homem que, já adulto, tem a capacidade mental de uma criança de 7 anos. Em um determinado momento de sua vida Sam tem uma filha, a pequena Lucy (vivida por Dakota Fanning). Como a mãe da garota fugiu no primeiro dia de vida de Lucy, Sam é obrigado a criar o bebê sozinho. Com a ajuda de alguns amigos e de sua vizinha, Annie, Sam e Lucy conseguem ter uma vida estável, com muito amor e carinho, até Lucy completar 7 anos de idade. Durante a festinha de seu sétimo aniversário, Lucy é retirada dos cuidados do pai, por ordem judicial. A justiça acredita que Sam não tem capacidade de oferecer a sua filha tudo aquilo que uma criança de 7 anos deve ter e, além disso, a justiça alega que a capacidade mental de Lucy estava prestes a ultrapassar a de seu pai, o que poderia prejudicar o relacionamento entre os dois. Como Sam não tem um bom salário, ele não pode pagar um advogado e, sendo assim, ele procura pela advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer) que, após muita resistência, aceita trabalhar para Sam gratuitamente. Durante boa parte do filme, Sam e Rita passam discutindo planos para os dias em que se apresentariam no tribunal. Como Sam deveria se portar, o que Sam deveria falar, enfim. Tudo isso fora estritamente combinado. Contudo, diante de tanta pressão do advogado de defesa, Sam não aguenta. Ele começa a concordar com o outro advogado e diz, em alto e bom tom no tribunal, que Lucy merece coisa melhor do que o que ele estava preparado para dar. Sendo assim, Lucy é encaminhada a um lar, onde teria mãe e pai adotivos. Sam fica extremamente infeliz e perde o emprego, o que dificultaria ainda mais, segundo a justiça, a volta de sua filha. Para que isso não acontecesse, sua advogada consegue reanimá-lo e Sam consegue um emprego melhor. Com mais dinheiro, Sam aluga um apartamento melhor, próximo à nova residência de sua filha. Eles começaram a se ver constantemente, inclusive em dias que não estavam estipulados pelos juízes. Além disso, Lucy fugia regularamente no meio da noite para encontrar seu pai. Assistindo passiva a tudo isso, a mãe adotiva de Lucy a leva desesperadamente a Sam, dizendo que ele teria total capacidade de cuidar da própria filha. No final do filme aparecem Sam e Lucy jogando futebol e, na torcida, a advogada e a mãe adotiva de Lucy.

Esse filme é sensacional e eu recomendo a todos. Ele nos ensina que a diferença é, muitas vezes, imposta pelos outros. Quando Sam foi impossibilitado de criar sua filha, julgaram-no como diferente. Alguém sem capacidade de dar a uma filha tudo de que ela precisa. Mas, afinal, do que uma criança de sete anos realmente necessita? Não seria amor? Carinho? Atenção? E isso com certeza Sam tinha para dar. E tinha de sobra. No começo do filme, eu também pensava que seria melhor para Lucy ser criada por um casal "normal". Mas, percebi que nada é maior, nada é mais gratificante do que receber o amor e o carinho de um pai. Lucy não precisava de pais graduados, que tivessem condições de pagar as melhores escolas e roupas para ela. Lucy precisava do amor incondicional de Sam. Da presença de Sam ao seu lado. E assim, percebemos que aquele que muitas vezes consideramos ser o diferente, o que foge aos padrões, tem totais condições de ser tão bons ou melhores do que nós.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Go to rehab? Only if my tears dry on their own, 'cause you know I'm no good.

Dona de uma voz marcante e de uma biografia extraordinária, a cantora inglesa Amy Winehouse é a verdadeira antidiva do século XXI. Tatuagens, piercings, manchas roxas na pele e um cabelo totalmente único compõem sua aparência física. Bebidas, drogas, brigas com namorados e clínicas de reabilitação arquitetam sua vida um tanto quando conturbada. Apesar das polêmicas noticiadas durante sua vida, Amy Winehouse é uma das maiores cantoras da atualidade. Vencedora de cinco Grammy Awards em 2008, a antidiva divide sua vida em desgraça e talento. Sua voz nos remete aos timbres de uma mulher afrodescendente, enquanto sua pele é branca como papel - quando não é roxa devido às pancadas.
Ir a um show de Winehouse é como apostar na loteria: você sabe que o resultado será negativo, mas não pode perder a chance de arriscar. Em sua apresentação no Rock in Rio Lisboa, em maio de 2008, a cantora se tornou notícia mundial. Entrou no palco alcoolizada, com 40 minutos de atraso. Errou letra, quase chorou durante a música "Love is a losing game" e caiu durante outra canção. Foi um desastre. Mas, por incrível que pareça, agradou boa parte dos 100 mil que presenciaram seu show. Saiu-se melhor que uma aposta de loteria. A isso dá-se o nome de talento. Um talento puro. Amy Winehouse não seria melhor se não usasse drogas, não tomasse álcool ou não aparecesse de calcinha e sutiã por aí. Ela só não seria Amy Winehouse.